segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Como Comecei a Estudar a Astrologia

31 de Agosto, 2012
Lembro-me que a primeira vez que peguei num livro de astrologia, cujo título era Linda Goodman’s Star Signs, tinha onze anos de idade – tudo o que tinha a aparência de ser exótico, misterioso, de ter aquele ar de misticismo, me chamava à atenção. Foi nesta idade que pela primeira vez, meu jovem espírito começou a sentir a sede de querer obter respostas a perguntas que tinha a respeito dos mistérios da vida neste planeta; e havia algo de transcendental, ou assim me parecia, no que muitos chamam a sabedoria dos antigos. Este livrinho de quase seiscentas páginas foi meu primeiro guia para várias coisas que estavam e ainda estão em voga no cenário esotérico da nossa época como a astrologia, numerologia, o sistema indiano dos chakras, meditação, dieta holística, o poder das cores, a aura humana, etc. Durante esse período também tive meus primeiros contatos com coisas como o feng shui, yoga, meditação transcendental, espiritismo, Wicca etc. um verdadeiro caldeirão religio-espiritual alternativo.  Mas foi somente entre os 16-17 anos de idade que comecei a me aprofundar um pouquinho mais e a ler algumas coisas a respeito das características de cada signo. Ora ou outra, eu comecei a pegar o hábito de perguntar às pessoas quando era a data de aniversário delas, e assim fui juntando um pedaço ou outro de características similares que via em pessoas que compartilhavam do mesmo signo. Hm, talvez haja algo a mais nessa astrologia do que simplesmente aqueles horoscopozinhos bobos que a gente lê em revistas e jornais, eu pensei.
Então, já aos 18 anos, um dia estava sem fazer nada em casa, e decidi pegar um livro de astrologia que tinha comigo já há algum tempo, mas que nunca havia parado para lê-lo. Logo na introdução do The Coffee Table Book of Astrology li um relato de uma mulher indiana que havia recebido uma educação ocidental, tendo vivido boa parte de sua infância e adolescência na Inglaterra, e sua vida adulta nos E.U.A. Ela narra em seu relato, porém, que ao visitar a Índia aos 16 anos, fez uma visita a um astrólogo por “curiosidade e diversão” com sua mãe, para ver o que ele diria sobre seu mapa natal. Sóbria e meio incrédula, ela diz, eu escutava ele relatar com tremenda precisão e detalhes os eventos pacatos de minha infância, juntamente com o relato de nascimentos, casamentos, períodos de doenças e morte de vários membros de minha família. Eu pensei que ele conseguia fazer isso porque, talvez durante a cerimônia do chá antes da consulta, ele adquirira alguma informação sobre nossa família através de seus assistentes com o nosso chofer. Ainda segurando ao meu ceticismo recebido da minha firme educação Ocidental, eu resolvi perguntá-lo sobre o futuro. Se ele conseguisse predizer corretamente, talvez eu pudesse ter um pouco mais de respeito para uma profissão que parecia para mim no mínimo ser uma negação de todo senso comum, ou então nos piores dos casos, uma grande fraude.
  “Em dois anos você sairá de casa para receber uma educação superior. Você viajará através de um meio ainda não descoberto a um país ainda desconhecido. Você escreverá livros e artigos na língua do governante.” Após ouvir isso, fiquei muito curiosa com o modo como ele falava suas predições. Perguntei a minha mãe, porque ele simplesmente não dissera, “Você escreverá em Inglês”? “Ora, porque o inglês não era a língua dominante na Índia na época em que este texto foi escrito. O inglês não era a língua do governante.”
“Quando foi que meu mapa natal foi escrito então?”
“Oh, séculos atrás,” minha mãe disse séria, e então me explicou que o astrólogo estava lendo a minha vida a partir de um manuscrito milenar chamado Brighu Samhita, uma coleção de textos antigos detalhando a vida de todos os seres humanos que já vieram e ainda virão a este planeta. (Nota: Infelizmente, porém, devido à invasão Muçulmana à Índia no século 13, apenas algumas centenas de milhares destes manuscritos sobreviveram.)
Mais adiante, ainda na introdução deste livro, ela relata:
Dois anos depois quando eu estava prestes a ingressar no Wellesley College nos Estados Unidos, ocorreu a mim, quando estava no avião, que eu estava “viajando através de um meio ainda não descoberto a um país ainda desconhecido.” Houve outras ocasiões também, em que as predições de meu horóscopo estavam tão corretas que eu pensara, talvez eu estivesse perdendo a sanidade.
Seu relato prossegue sobre como, a partir daí, anos mais tarde, depois de outras predições terem se concretizado (incluindo sua carreira como escritora), ela voltava para a Índia para compreender mais como a astrologia funcionava.
              Maharashi Brighu, a quem a autoria do Brighu Samhita é atribuida
O objetivo de ter citado esta historia é que foi justamente a partir daí que eu comecei a me questionar - Hm, se a astrologia realmente tem essa capacidade de nos dizer os altos e baixos dessa vida, que mal faria em tentar estudá-la com o objetivo de ver se ela realmente funciona? O máximo que eu vou perder é um pouco do meu tempo. Existe hoje um apimentado debate entre os astrólogos sobre se a astrologia é determinista, assim como a Antiguidade a via, ou se ela apenas indica tendências do que pode vim a acontecer, mas isso será o tema para futuro artigos. O que quero dizer é que foi dentro deste contexto que comecei a me aprofundar mais ainda nos meus estudos sobre a astrologia em 2010 e comecei a amadurecer mais ainda recentemente. Há vários relatos, não apenas este, de pessoas que chegaram à comprovação de que a astrologia é uma ciência válida e precisa. Como um exemplo disso, vejam o caso de como a astrologia se tornou popular nos E.U.A durante os anos 1900-1949. A astrologia era considerada na época uma forma de charlatanismo, e proibido por lei como tal. Foi só a partir de um julgamento numa corte nova-iorquina em maio de 1914, em que a astróloga Evangeline Adams foi posta ao teste, onde ela conseguiu relatar com detalhes a vida e morte do filho do juiz que presidia seu caso a partir do mapa natal deste, que ele aceitou a astrologia como sendo válida e a inocentou.
Baseado em relatos como estes, o maior motivo de me sentir atraído pela astrologia é porque creio firmemente que ela pode nos fornecer um norte, uma direção para os transes difíceis e alegres de nossa vida – o indivíduo já não se sente mais como um joguete da vida, indo com os altos e baixos desta como se estivesse numa montanha russa desgovernada, mas começa a entender certos “porques” que acontecem em sua vida. A astrologia pode nos prover insights sobre o karma (pela falta de um vocábulo mais adequado) que trazemos de vidas passadas, sobre o que precisamos concertar nessa para sermos mais felizes, quais são as nossas boas qualidades e nossas fraquezas, quando iremos passar por períodos de dificuldades e como enfrentá-los corajosamente, etc.. etc. Em suma, o mapa astral contém todo o potencial no qual um indivíduo pode vim a florescer. E é precisamente com este intuito, de querer compartilhar com o máximo número de pessoas possíveis, que eu crio agora este blog, dedicado a trazer diversas informações sobre esta divina ciência.
Muito obrigado pelo seu tempo, e espero que este blog possa oferecer alguma ajuda a quem quiser se aprofundar um pouco mais no estudo dos astros.
Atualização, 11 de Setembro:
Planos para os primeiros artigos:
Tenho em mente escrever uma série de artigos sobre a história da astrologia, desde seus primórdios até a atualidade, mas não vou me restringir a nenhuma sequência ou tema específico. Nos últimos anos, meu foco principal foi aprender um pouco sobre como o mapa astral funciona, como interpretar alguns aspectos, etc. Confesso que meu conhecimento sobre a historia desta ciência ainda deixa um pouco a desejar. Compreender como a astrologia evoluiu durante os milênios é tão fundamental quanto compreender as partas mais práticas dela, como a interpretação do mapa natal. Aliás, compreendendo a história da astrologia, não há não acabar descobrindo e entender como as técnicas de interpretação surgiram e foram desenvolvidas, é como se fosse os dois lados de uma mesma moeda. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário